Hedge cambial é um mecanismo de proteção ao investidor em operações com moeda estrangeira. A palavra hedge em inglês tem alguns significados, como cobrir, resguardar, cercar. Por isso, diante das incertezas do comportamento de uma moeda estrangeira em uma operação de longo prazo, ter essa cobertura pode evitar surpresas desagradáveis e evitar prejuízos ao fazer um investimento.
O objetivo do hedge é reduzir ao máximo a perda de dinheiro em operações de importação e exportação, investimentos em projetos no exterior, negociações na bolsa de valores e em outros tipos de movimentação que sofram influência, principalmente do dólar.
Para fazer uma operação a médio ou longo prazo, o principal desafio é prever como estará a cotação do dólar daqui seis meses, um ano ou mais. Por isso, essas negociações já citadas, como compra e venda de produtos no exterior, investimentos e operações em bolsa são feitas com base no mercado futuro. Como o próprio nome já revela, o mercado futuro faz uma estimativa de como estará a cotação da moeda nos próximos meses. Esse valor estimado é que servirá de referência para toda a negociação.
Imagine que uma indústria tenha uma encomenda para fabricar um bem e vendê-lo daqui alguns meses. Como prever qual será o lucro desta venda? Se na época do contrato o dólar estiver cotado a R$ 3,50 e no momento da venda siga o mesmo valor a receita atenderá a expectativa. Porém, se a moeda sofre desvalorização e seu valor chega a R$ 3,00 a receita será bem menor e, consequentemente, o lucro.
Neste exemplo acima, a indústria pode procurar um investidor no mercado financeiro que concorde em pagar até R$ 3,40 pela moeda nos próximos meses. Assim, o preço de venda do bem fica garantido e o fabricante não corre o risco de ficar no prejuízo.
O hedge cambial não é utilizado apenas por empresas em busca de proteção aos seus investimentos, mas também são firmados contratos com outros objetivos, que podem ser especulativos, por exemplo. Por isso, é importante observar os pontos da Instrução Normativa 1585/2015, que define uma série de regras para o hedge cambial, bem como a sua tributação, que pode variar dependendo do tipo de contrato.
É importante ter o controle de todas as informações, registros e documentos para demonstrar que a aplicação tem a finalidade de proteção de risco e também que suas operações tenham vínculo com a atividade da empresa. Manter toda essa organização é fundamental para responder a qualquer questionamento de uma possível fiscalização, ter o enquadramento tributário correspondente à proteção e não se responsabilizar por obrigações além do objetivo do contrato.
Portanto, tomando as devidas cautelas, o hedge cambial pode ser uma operação muito vantajosa para o comércio exterior e outras atividades que sofrem interferências diretas das oscilações de moedas estrangeiras.
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